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A Biblioteca da Inês

Um blog sobre a minha paixão pelos livros infantis e exemplos de como os desenvolver em educação de infância

27.09.18

Vida de Educadora: a importância das etiquetas


Inês Martelo Ribeiro

Estou de volta e desta vez não vos trago um livro novo, mas sim uma publicação dirigida a um público mais específico, as minhas colegas da área da educação. Hoje partilho convosco um elemento que considero fundamental para o início do ano (já vai tarde, eu sei, mas pode ser que sirva para alguém, nem que seja em anos vindouros): as etiquetas de identificação.

No início do ano não há fotografias para ninguém, já se sabe, mas ainda assim temos de identificar vários espaços e pertences das crianças, tais como os cacifos, as gavetas/caixas ou até as camas. Eles precisam de saber quais são os seus materiais/espaços, mas no início, sem fotografias, torna-se confuso. Então a minha estratégias é usar uma espécie de código de pré-leitura, usando algo que é bastante familiar às crianças, os animais. Atribuo um animal a cada um, sem repetições, ou seja, tudo o que está identificado com a galinha só pode ser do João, assim como tudo o que tem a etiqueta da girafa só pode ser da Maria. E acreditem que eles memorizam!

Ainda só estamos no final do primeiro mês, mas as mudanças às vezes são necessárias e há pouco tempo decidimos em equipa que seria melhor mudar a cama de uma das criaturas, mas não o avisamos previamente. Estivemos mal, verdade, mas foi simultaneamente uma excelente oportunidade de verificar que a criatura já tinha memorizado qual era o seu animal e andou pela sala à procura da sua cama, só se sentando para tirar os sapatos quando a encontrou.

Assim, deixo-vos aqui os meus moldes com 18 etiquetas, com espaço para escreverem na caixa de texto. Sintam-se à vontade para modificarem tamanhos ou formatações, coloquei o limite e letra da cor vermelha por ser a cor da minha sala, mas alterem o que melhor considerarem para a vossa sala. As imagens retirei deste Free Printable, ao qual acedi através do Pinterest.

E por esse lado? Têm outras estratégias para ajudar na auto organização do vosso grupo?

24.09.18

"Heróis da Horta" de Ulf Stark e Charlotte Ramel


Inês Martelo Ribeiro

Após uma grande ausência (quase imperdoável, ainda por cima logo no início da vida deste blog, mas já sabemos que setembro é aquela base), regresso com mais um livro, desta vez para os mais velhinhos. O livro que trago hoje é "Heróis da Horta", escrito por Ulf Stark e ilustrado por Charlotte Ramel, das edições TORVA.

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E sim, esta publicação vai parecer patrocinada pelo IKEA, mas não, senhoras e senhores, este post não teve qualquer patrocínio por trás. Escolhi este livro porque as minhas novas criaturas andam fascinadas com tudo o que seja terra, relva, verduras, árvores/tronco e outros elementos da natureza que consigam enfiar na boca e/ou sujar a roupa. Assim, em conferência de equipa de sala, chegamos à conclusão de que seria bastante adequado levar estas crianças à horta da escola, para lhes proporcionarmos a oportunidade de estarem em contacto com a terra e iniciarmos experiências de germinação. Então, aproveitei o útil ao agradável, já que estou num domingo de dolce far niente de preparação da semana, aproveitei para partilhar também convosco este livro.

Já abordei a horta anteriormente, também com grupos de creche, e de acordo com o que vivenciei, o contacto com a terra e o cultivo de alimentos é uma excelente oportunidade para levá-los a experimentarem novos sabores/texturas por ter sido colhido por eles. É uma ótima estratégia para os levar a comer saladas, sopas com legumes inteiros e saladas de frutas. O simples ato de serem eles a plantarem, cuidarem, colherem e prepararem dá-lhes uma outra motivação para o almoço e resolve muitas das ansiedades nesta hora tão difícil. Já sem falar em todo o tempo ao ar livre e os benefícios que traz o brincar no exterior.

Mas voltando ao livro, os "Heróis da Horta" foram adquiridos já em 2011 numa das minhas muitas visitas do IKEA, uma vez que a parte infantil tem excelentes brinquedos e livros, com muitas utilidades e vantagens pedagógicas e, na minha opinião, com preços bastante acessíveis. Trouxe-o simplesmente porque sim, já suspeitava na altura que seria um tema recorrente no trabalho em sala e apaixonei-me pelas ilustrações, foi daqueles em que nem pensei muito, foi simplesmente amor à primeira vista.

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É um livro com todas as características para os mais velhos (a partir dos 5 anos): tem bastante texto com letra pequena, páginas finas e ilustrações bastante detalhadas, as quais é necessário descortinar com bastante atenção, para que não nos escape nenhum pormenor. Até as guardas são deliciosas, apesar de com bastantes detalhes.

Contudo, eu penso que todos os materiais, até os livros, podem ser adaptados para qualquer idade, dependendo daquilo que queremos fazer dele. Como quero apresentá-lo a um grupo de 24-36 meses, vou naturalmente encurtar bastante a estória, contando só os momentos chave, assim como não vou analisar com muita profundidade os promenores das imagens. Interessa-me a mim que eles entendam alguns aspetos chave, tais como:

  • Alguns dos legumes que lhes são familiares às refeições (cenouras, bróculos, alface) vêm da terra e são comprados em mercados/supermercados;
  • Para os cultivarmos é fundamental termos disponíveis água e luz do sol;
  • Para mexermos na terra podemos usar alguns utensílios como pás, luvas, ancinhos.

Ainda assim, para alguns deles estes conceitos são ainda um tanto ou quanto vagos. Como tal, vou aproveitar o meu cesto de vegetais de feltro, adquirido mais recentemente, mas também no IKEA. Para uma primeira abordadem e para ser mais clara naquilo de que pretendo falar, irei utilizá-los ao longo da dinamização da estória.

Sim, vegetais e legumes reais também entrarão em cena mais tarde neste percurso de exploração da horta, mas para já pretendia que eles percebessem as principais características e que até os introduzissem na sua brincadeira de dramatização. É engraçado pois estes vegetais respeitam as principais características e proporções dos vegetais que caracterizam e inclusivamente dá para tirar e pôr (com velcro) as folhas da alface.

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E por aí? Já conheciam o IKEA como um importante recurso? O que costumam fazer para abordarem a Horta?

02.09.18

Muita calma nessa hora


Inês Martelo Ribeiro

Setembro já chegou e é para muitos um momento de viragem. Após a reflexão de verão, em que nos conseguimos aperceber do que resultou melhor e menos bem, setembro costuma vir acompanhado para muitos de novas resoluções, novos hábitos e novas formas de estar para o decorrer do próximo ano.

Para quem, de qualquer maneira possível, está envolvido no recomeço escolar... Bem, boa sorte! Apesar de o ano letivo começar oficialmente entre 12 e 17 deste mês, para muitos (sobretudo valências de creche, pré-escolar e CATL/CAF) a entrada ou reentrada para a escola começa amanhã. Sejam profissionais, pais ou crianças, um pequeno conselho de quem já viveu isto algumas vezes: muita calma nessa hora. Setembro é um mês desgastante para todos, pois não só é o retomar das rotinas e o regresso aos horários para cumprir, como também traz a ansiedade das adaptações.

As férias, claro está, são fundamentais para todos: descansamos e conseguimos quebrar a rotina, fazer atividades que frequentemente não são possíveis de realizar no nosso dia-a-dia, conhecer sítios novos, estarmos mais tempo com quem mais amamos e inspirar-nos no que nos rodeia. Mas sejamos sinceros: voltar, apesar de fundamental, é simplesmente uma treta!

Então, claro está, setembro é sempre um dos meses mais stressantes e no qual, sobretudo nos adultos, o autocontrolo tem de estar o mais desenvolvido possível. As birras, o choro na despedida e a adaptação a uma nova sala/amigos/adultos gera sempre ansiedade, por mais ligeira que seja, sendo, simultaneamente, essencial que haja um clima de tranquilidade e segurança. É uma gestão semelhante a fazer malabarismo enquanto se pedala num monociclo, que vai em cima de um elefante, que por sua vez se está a equilibrar numa bola, enquanto tudo à volta está a arder. Sim, é tipo isso.

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Por isso, agora especialmente para os colegas, animem-se, é difícil, mas todos conseguimos. Estamos frescos e fofos, prontos para arregaçar as mangas! E ainda sabemos de antemão que, no final do mês, os meninos já nem parecem as criaturas estranhas dos primeiros dias, já se tendo tornado nos nossos meninos.

Bom ano letivo